Por que reconstruir esse
passado?
Rememorar, em primeiro lugar,
porque se faz necessário que os novos professores e alunos da UnB se
apropriem desse passado, condição básica de compreensão do
presente da Instituição; uma vez que presente e passado estão
incondicionalmente atrelados. Conhecer um pouco da história da UnB
para amá-la, pois não se ama o que se desconhece. Por entre as
dobras desse passado, o seminário buscará, escavar e transmitir, no
presente, a uma comunidade de ouvintes, as lembranças de professores
e ex-alunos cuja história ainda é pouco conhecida no nosso meio
acadêmico. Assim, por meio de narrativas orais, a memória estará
realizando a sua missão ética – repassar as experiências do
passado aos que não a viveram.
Assim, todos aqueles que, no
Simpósio, ouvirem as narrativas de dor da ditadura militar
brasileira tornar-se-á responsável pela continuidade da narração,
passa a fazer parte dela. Assim, diante do sofrimento e da injustiça
não ouvir é cometer uma segunda injustiça, é lavar as mãos e não
assumir a responsabilidade que as gerações precedentes passaram
para nós no tempo presente. Contudo, é preciso ter consciência de
que esses fatos recentes que visam reacender o debate sobre a
ditadura no Brasil coexistem com vários setores da sociedade que se
deixam comodamente arrastar pela crença num progresso realizado à
custa do crescente aumento de grupos excluídos da sociedade e outros
grupos que renegam a abertura constante entre o passado de exclusão
e dor e o presente que recupera este passado e o concretiza na ação
política cujo horizonte é a redenção.
Com o propósito de
operacionalizar o objetivo proposto pensamos em, após a abertura
formal do Simpósio, reiniciá-lo com uma palestra sobre os sentidos
de rememorar: por que rememorar hoje? Seguida de mesas redondas nos
dois dias. Cada mesa será composta por professores e ex-alunos os
quais narrarão suas experiências de vida no campus universitário
no período em debate. Na ocasião do evento, haverá uma fala sobre
a importância das memórias daqueles que vivenciaram a Ditadura na
UnB, (professores e ex-alunos da UnB) além de ressaltar a
importância da reparação dos danos materiais, culturais e
políticos causados pela Ditadura a essas pessoas.
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